segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Somos todos instrumentos sonoros ou ressonâncias cósmicas





"A cada vez que uma alma desce ao oceano do reino manifesto, ela emite uma vibração que é comunicada a todo o oceano cósmico, que são os reinos criados, terrenos e celestiais, físicos e superfísicos. Cada uma dessas vibrações faz ressoar uma legião de tons consoantes por todo o Universo, e seus entreteceres inimagináveis produzem globalmente a sinfonia das esferas, como descrita por Pitágoras" . (Pir Vilayat Khan, em Towards the One).



No Hekaloth, livro esotérico dos hebreus, lê-se que a alma nova, ao encarnar, emite uma vibração que ressoa por todo o cosmos, terra e céus, e que enquanto houver vida encarnada esta alma continuará ressonando. A literatura hindu descreve experiências de iogues e swamis que ao morrer apenas deixam seus corpos entoando o "Aum" por alguns minutos. Alice Bailey, ao descrever o processo da morte, menciona o canto de sons específicos como uma forma de coordenar as correntes de energia para romper o fio da vida.
Todos os seres se manifestam no mundo por meio de uma freqüência vibratória, geram freqüência enquanto estão vivos, e deixam o Universo através de uma outra freqüência. Todo ser vivo tem uma vibração própria e diferenciada, que é a sua forma de existir em ressonância com o cosmos.
Podemos dizer que existe uma freqüência fundamental, ou fonte vibratória de energia, que não pode ser percebida por nossos sentidos grosseiros - seja por sua altíssima vibração, seja por sua transcendência muito além da nossa densa realidade física - Antes de nos tornarmos manifestos, todos nós - seres ressonantes - estaríamos em sintonia absoluta com esta vibração. O nascimento seria a separação (ou diferenciação) desta alta freqüência vibratória, para assumirmos uma freqüência distinta, mais baixa, mais particular, que seria nossa identidade. E viver seria nada mais que soarmos cada um num tom especial, único, mas sempre em simpatia ressonante com aquela vibração primordial.
Desta mesma forma podemos entender os diferentes reinos de vida existentes, como diferentes faixas de freqüência vibratória, considerando que quanto maior a vibração, mais sutil o ser ou seu campo energético. Assim, obedecendo a uma escala vibratória descendente a densidade das moléculas determinaria a existência, dos reinos do espírito, da alma, e do pensamento, (onde se insere o inconsciente coletivo de C. G. Jung, ou a "mitosfera global" de Alexander Elliot), seguidos dos reinos da emoção e da fisicalidade.
Agora consideremos a possibilidade de que cada uma destas faixas de freqüência estaria envolvida e misturada com muitas outras faixas, freqüências e ritmos vibratórios, numa eterna dança de equilíbrio delicado e interativo. Daí chegamos ao princípio da ressonância, que é a interação de dois ou mais corpos vibrando em freqüências que, por serem muito semelhantes, vão se aproximando mais e mais até se identificarem, e eventualmente se unificarem. A mudança de freqüência resulta em mudança de energia, que vai resultar em mudança de freqüência, e por aí vamos, infinitamente.
Quanto maior a densidade mais baixa a freqüência vibratória, e maior a suscetibilidade às vibrações externas. O corpo físico, por sua densidade vibratória, seria assim o mais exposto às influências circundantes, e o mais permeável, então, às interferências. Fica fácil, daí, perceber que o som, como energia vibratória, pode interagir com a energia vibratória de outras estruturas, e ainda mais eficazmente com a estrutura corporal.
O som afeta a matéria, como demonstrou o Professor Chladni, físico alemão, estudando os efeitos das ondas sonoras sobre a matéria física - ao tocar notas longas no violino ele conseguia criar círculos geométricos na areia. Estava inaugurada a Cimática. Depois dele, o suíço Hans Jenny, pesquisando os tons senos puros (que não contém harmônicos, ou notas ressonantes), descobriu que certos sons - como o "o" - reproduziam na areia a mesma forma da vogal, e que o mesmo acontecia com as formas e sons sânscritos ou hebraicos, que se repetiam na areia.
Jenny chegou à concepção dos ritmos biológicos e dos padrões harmônicos pré-existentes na natureza orgânica, percebendo que o som cria a estrutura: cada célula vibratória gera sua própria freqüência, e se junta a outras para formar uma nova freqüência, produzindo um órgão, que por sua vez faz o mesmo processo para produzir um corpo, dentro de uma nova freqüência que estaria sempre harmônica com a anterior. Assim, as partes do todo podem manter sua compatibilidade.
Foi estudando a laringe e o ouvido como as duas estruturas humanas reprodutoras do som, que o Dr. Jenny chegou ao mistério da criação: os harmônicos, ou sons infinitamente ressonantes, essência divina e onipresente na vida que ressoa e se harmoniza pela vibração de cada um de nós. Aquilo mesmo que Pitágoras já intuía ao identificar a harmonia entre estrelas e planetas, entre corpo e alma, como princípio da saúde humana.
Como se pode ouvir no canto difônico do camponês da Mongólia, que reproduz a amplidão dos ventos na imensidão das planícies. Como ensinam os monges tibetanos em prática de meditação diária - o Overtone Chanting. São as sinfonias celestiais, que se multiplicam em progressão geométrica infinita na verticalidade sonora da série harmônica natural - e que podem ser executadas por qualquer um de nós, seres comuns, maestros da existência, desde que iniciados e unificados pelos mistérios esotéricos do som.



"(…) todo corpo sóllido cria com sua passagem um certo som (…) também as estrelas fazem o éter vibrar, embora nossos ouvidos sejam incompletos para estes sons…" (A. Quintilionus, discípulo de Pitágoras).

Olá, receba as boas vindas e um abraço.
Marcia

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