segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A Era da Imoderação

Faz parte da natureza humana, aprender a lidar com limites.

Estamos entrando numa era que alguns especialistas chamam de A Era da Abundância, A Era do Vazio, A Modernidade Líquida, A Era do excesso. Considerando que - ”Todo sistema com abundância de um elemento leva à escassez de outro.”, podemos dizer que a abundância de Informação leva à escassez de Atenção.

A indigestão do excesso tem suscitado três epidemias:
1 – transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
2 – síndrome de falta de memória
3 – depressão

O Twitter pode ser considerado a bandeira de uma geração com déficit de atenção, tudo deve ser enquadrado em 140m caracteres.

Três sintomas devem ser considerados:
A Falta de Atenção
A Hiperatividade
A Impulsividade

  • Os “desatentos” parecem não escutar as demais pessoas; não prestam atenção a detalhes, perdem coisas, cometem erros por falta de cuidado.
  • A hiperatividade envolve inquietação, dificuldade de permanecer sentado.
  • A impulsividade inclui dar respostas abruptas, antes das perguntas serem completadas e dificuldades para esperar a vez.

Especialistas afirmam que o déficit de atenção leva a outro conhecido sintoma da ERA DO EXCESSO :  o desmemoriamento.
Neurocientistas tem sugerido que para a pergunta - Qual a melhor maneira de cuidar da memória? - a resposta é - Fiquem calmos e se perguntem – será que isso é mesmo necessário?

Conforme o psicanalista Jorge Forbes - viver é prejudicial à saúde.

Maria Rita Khel pergunta: “a que se deve a pressa do sujeito contemporâneo?”
O homem contemporâneo tem horror a tudo que possa ser considerado perda de tempo, que para ele, é sinônimo de perda de dinheiro. O homem de hoje não cultiva o que não possa ser abreviado.
É evidente o sentimento de mundo vazio, ou de vida vazia que decorre da supremacia da VIVÊNCIA sobre a EXPERIÊNCIA.

No livro DEVAGAR, o jornalista Carl Honoré reflete que as crianças são as maiores vitimas da ORGIA DA ACELERAÇÃO.

Não podemos, porém, ser ingênuos e acreditar que seja possível voltar atrás: a velocidade dos avanços tecnológicos tende a progredir exponencialmente, e não existe remédio para filtrar o excesso de estímulos sensoriais que nos assola. Cada um tem que procurar seu truque, afinal passar mais tempo com os amigos, com a família, caminhar, cozinhar, meditar, fazer amor, ler ou jantar á mesa, em vez de fazê-lo em frente a TV, a simples decisão de resistir à pressão para correr é absolutamente grátis.

O caminho mais inteligente não passa por demonizar a velocidade da evolução digital. O caminho mais inteligente é - prestar atenção. Isso faz toda a diferença e transforma completamente qualquer experiência.

(Revista da Cultura, um artigo assinado por Ronaldo Bressane)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Planeta Abandonado

Olhando-se, assim de repente, o planeta parece abandonado à própria sorte. Mas quando se olha com mais calma, vê-se que há um princípio que organiza toda a beleza que aqui existe.
O espaço, na Natureza, é sabiamente compartilhado. Pequenas ervas nascem felizes entre pedras, e estas por sua vez, sorriem para o calor do Sol.
As águas insistem em limpar, suavizar, aquecer as terras e a atmosfera. Bicho com árvore, água com pedra, cobra com lagarto, rio com jacaré, e muito, muito mais.
E o homem...perdido neste oásis de tanta beleza, de variadas formas e cores, achando que é o dono, quando na verdade é apenas um visitante. É um morador temporário, mal educado, que aprende a duras penas como cuidar deste Jardim do Éden, e custa a compreender a beleza e a importância da Terra.

marcia maria de rizzo
janeiro de 2010.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O velho que atrapalhava tudo

O velho que atrapalhava tudo
G. I. Gurdjeff foi uma das mais intrigantes personalidades deste século. Bastante conhecido nos círculos que estudam ocultismo, é ainda ignorado como um importante estudioso da psicologia humana. A história a seguir passa-se quando ele, já morando em Paris, criou seu
famoso Instituto para o desenvolvimento do homem.

As aulas eram sempre bem concorridas. Mas entre os alunos, havia um velho – sempre de mau humor – que não parava de criticar o que ali era ensinado. Dizia que Gurdjeff era um charlatão, que seus métodos não tinham qualquer base científica e que o fato de considerar-se um “mago” nada tinha a ver com sua verdadeira condição. Os alunos sentiam-se importunados pela presença daquele velho, mas Gurdjeff parecia não se importar.

Um belo dia, o velho abandonou o grupo. Todos sentiram-se aliviados, achando que dali por diante as aulas seriam mais tranqüilas e produtivas. Para surpresa dos alunos, porém, Gurdjeff foi até a casa do homem e pediu para que voltasse a freqüentar o Instituto. O velho recusou-se no início, e só aceitou quando lhe foi oferecido um salário para assistir as aulas.

A história logo se espalhou. Os estudantes, revoltados, queriam saber como um mestre podia recompensar alguém que não tinha aprendido coisa alguma.

- Na verdade, eu o estou pagando para que continue a dar suas aulas – foi a resposta.
- Como? – insistiram os alunos. – Tudo que ele faz vai totalmente contra aquilo que o senhor nos está ensinando!
- Exatamente – comentou Gurdjeff. – Sem ele por perto, vocês custariam muito a aprender o que é raiva, intolerância, impaciência, falta de compaixão. Entretanto, com este velho servindo de exemplo vivo, mostrando que tais sentimentos tornam a vida de qualquer comunidade um inferno, o aprendizado é muito mais rápido. Vocês me pagam para aprender a viver em harmonia, e eu contratei este homem para ajudar a ensiná-los – pelo caminho oposto.

Extraído de Histórias para Pais, Filhos e Netos, de Paulo Coelho - O livro inteiro está disponível no site do autor: http://paulocoelhoblog.com/images/books/Stories_POR_1.pdf

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Lenda indígena


Numa noite enluarada, o velho Cherokee contou ao seu neto sobre uma batalha que acontece dentro das pessoas.

Ele disse:"Meu filho, dentro de todos nós há batalha entre dois "lobos".

Um é Mau. É a raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, orgulho falso, superioridade, e ego.

O outro é Bom. É alegria, paz, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé."

O neto pensou alguns instantes e perguntou ao avô: "Qual lobo vence?"

O velho Cherokee respondeu:"Aquele que você alimenta."

Pingo de Chuva



Enquanto caía, pensava um pingo de chuva: "Que importa deixar o céu, se estou indo fertilizar a terra?"


do livro Mergulho na Paz - José Hermógenes de Andrade Filho
Olá, receba as boas vindas e um abraço.
Marcia

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Psicóloga junguiana com visão transpessoal