segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Simpatias do Bem

(extraído da revista SORRIA - no. 24 - fevereiro/março de 2012 - pág. 29 - Editora MOL)


* Olhe as pessoas nos olhos (isso inclui deixar o celular de lado quando estiver conversando).
* Saiba o nome das pessoas com quem você costuma papear, mesmo não sendo próximas, como vizinhos ou porteiros).
* Não entre em discussão desnecessária e ignore provocações tolas.
* Simpatia não é hipocrisia. Mas, se não concorda, responda educadamente.
* Pessoas afobadas são antipáticas, porque não têm tempo para os outros. Tenha calma ao executar tarefas.
* Lembre-se de quem está distante e que ficaria feliz em saber que você se lembrou dele. Ligue, escreva.
* Não espere que os outros tenham o mesmo ritmo ou necessidades que você.
* Não desconte seus problemas em pessoas que não têm nada a ver com eles, principalmente no trabalho.
* Não permita que a antipatia de um grupo afete suas ações. No trânsito, por exemplo, você não precisa seguir os maus exemplos dos outros.
* Tire da gaveta expressões como "obrigado", "desculpe", "por favor" e "com licença" - mas pronuncie-as direito, já que abreviar pode ser interpretado como uma baita grosseria.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

A chaminé do fogão a lenha, minhas tias e a jabuticabeira

Uma chaminé de fogão a lenha me transportou para a infância.

Naquelas tardes calorentas e empoeiradas, a meninada parava, a contragosto,  o jogo de queimada na rua de terra. Era minha tia berrando: “Meninas, venham tomar café.” Com essa chamada, deveríamos interromper um jogo sensacional e que estava no auge, para irmos comer pão com margarina e nescau, e beber leite puro de vaca com chocolate. Que delícia! A fome era tanta que comeríamos um saco inteiro de pães.

Corríamos para a cozinha do fundo da casa e comíamos em pé mesmo, para não perdermos tempo, enquanto minha tia continuava a fazer a comida do jantar e os pães, que comeríamos no dia seguinte. Ah! Aquele cheirinho de comida gostosa, feita no fogão a lenha. Aqueles bolos assados. Não há nada igual no mundo.

Mesmo porque a brincadeira na rua de terra, debaixo de um sol escaldante, tornava qualquer comida uma bênção. O estômago grudava nas costas, porque estávamos correndo desde a segunda hora após o almoço. Ninguém ligava para a fome, e queríamos continuar a correr e correr.

Noutros dias, andávamos de perna de pau por toda a cidade: calçadas, ruas, praças. Eu e minha prima íamos conversando, enquanto nossas longas pernas exploravam territórios perigosos, lisos, ásperos, claros, escuros. Lá íamos nós, falando e andando, falando e andando, é claro sempre sob o sol forte.

Outro local predileto era a praça. Lá nossa fantasia corria bem solta – princesas, namorados, amigas. Éramos personagens que inventávamos nos bancos de jardim, aqueles antigos, de pedra, curvos, totalmente integrados à arquitetura da praça. E as primaveras? Lindas, cheias de flores, formando aquele teto colorido sobre nossas cabeças. Éramos noivas, bailarinas e mulheres apaixonadas e sensuais de saltos altos.

Quando eu não tinha companhia para as brincadeiras, me enfiava sob a jabuticabeira da casa da minha outra tia, e esquecia de mim e do mundo. Era uma enorme sombra, como um grande chapéu. Sob aquela árvore imensa, o calor diminuía e ficava reduzido a quase nada. E, então, eu iniciava a culinária: bolinhos, tortas, croquetes de barro - terra molhada, amassada nas mãos, que ia tomando formas diversas, conforme minha fantasia. Que delícia aquela brincadeira! Minha fantasia viajava a quilômetros dali e voltava com novas descobertas. E as comidinhas iam sendo moldadas e assadas no forno. Entre todas as minhas preferências, a jabuticabeira era a supercampeã.

A casa da jabuticabeira ficava numa esquina. Eu ficava nas janelas imensas, com grandes venezianas, e acompanhava o movimento da cidade. Olhava tudo com olhos de: Quem está passando agora? Para onde está indo?

E, então, eu ouvia o carrilhão, o lindo relógio de chão do meu avô - bléim, bléim. Adorava olhar o vai-e-volta do pêndulo, elegante, imponente.
Porém, tudo o que é bom um dia melhora, e a noite chegava. Tínhamos, então, que tomar banho para ir passear na praça. Como se não bastasse o dia perfeito, a noite ficava melhor porque nos enchíamos de sorvete de todos os sabores – manga, abacaxi, limão, creme, chocolate – uma festa de sabores e cores.

Hoje, lembrando de tanta coisa boa, procuro trazer para minha vida essa alegria pura da infância, a total entrega às brincadeiras e a vontade de querer mais das coisas boas da vida.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Terapias Complementares

Trechos extraídos de artigo da revista Veja Edição 2235 – Ano 44 – No. 38 de 21-09-2011
(sobre o uso de práticas energéticas e integrativas _ reiki, massagem, meditação - oficialmente utilizadas em alguns hospitais)

“Padres, rabinos, médiuns sempre entraram e saíram dos hospitais pela porta dos fundos”, diz o mestre de reiki Plínio Cutait, coordenador do departamento de Cuidados Integrativos do Hospital Sírio-Libanês. “Só recentemente a medicina passou a reconhecer a existência de tais práticas. “Há três anos, Cutait lidera uma equipe multidisciplinar que aplica técnicas até pouco tempo atrás nunca vistas no ambiente hospitalar: massagens, meditação e quiropraxia, entre outras. Trabalho semelhante é realizado há cinco anos pelo médico Paulo de Tarso Lima, no setor de oncologia do Hospital Albert Einstein, também em São Paulo.

Conhecida como medicina integrativa, essa filosofia ganhou corpo nos Estados Unidos há vinte anos. Em 1991, o médico Brian Berman inaugurou o primeiro centro de medicina integrativa dos Estados Unidos. Hoje, as 42 clínicas do tipo no país movimentam cerca de 30 bilhões de dólares anuais. Alguns desses centros estão ligados a instituições conceituadíssimas, como as universidades Harvard, Yale e da Califórnia, a Clínica Mayo e os hospitais John Hopkins e MD Anderson. “Para que uma terapia complementar possa ser indicada, além de se mostrar segura, ela não pode, de forma alguma, comprometer o tratamento formal”, disse a VEJA o clínico geral Amit Sood, do centro de Medicina Integrativa da Clínica Mayo.

Para sua dissertação de mestrado, o biólogo Ricardo Monezi, pesquisador de medicina comportamental na Universidade Federal de São Paulo, testou a influência da impostação de mãos (técnica usada tanto no reiki quanto em passes espíritas) em ratos com câncer. As sessenta cobaias foram separadas em três grupos. As do primeiro não receberam nenhum tratamento. As do segundo ficaram cobertas por um par de luvas com a temperatura semelhante à do corpo humano por quinze minutos. E as do terceiro foram submetidas à impostação de mãos. Monezi observou que as células de defesa dos animais do terceiro grupo eram ate 50% mais eficientes no combate às células tumorais do que as dos outros ratos.

O melhor para o paciente

O médico americano Brian Berman é o fundador do Centro de Medicina Integrativa da Universidade de Maryland, a primeira instituição de ensino dos Estados Unidos a abrir as portas às terapias complementares ou alternativas. Com doze professores e sessenta alunos, ela atende anualmente cerca de 10.000 pessoas. Ainda assim, a fila de espera é grande. A maioria dos pacientes é vítima de dores crônicas, e os tratamentos são baseados sobretudo em técnicas da medicina chinesa – acupuntura, massagens e aconselhamento nutricional. Os prestigiosos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) consideram o centro coordenado por Berman “uma instituição de pesquisa de excelência”. Aos 61 anos, o médico é praticante de meditação e tai chi chuan. De sua casa. Em Baltimore, ele falou ao repórter Alexandre Salvador:

Como boa parte dos médicos se rendeu aos tratamentos complementares?
Foi um longo processo. Lentamente, começamos a perceber que a maioria dos pacientes recorria a outros tipos de terapias, além das oferecidas pela medicina tradicional. Ou seja, os pacientes estavam em busca de algo para o qual a medicina tradicional não tinha resposta, especialmente para os casos de dores crônicas. Isso despertou a curiosidade de muitos de nós para outras abordagens terapêuticas. Hoje, boa parte da população dos Estados Unidos busca planos de saúde que ofereçam tratamentos complementares, como acupuntura e meditação. Estima-se que cerca de 70% dos americanos usem os tratamentos alternativos em complemento aos tradicionais.

Os tratamentos complementares oferecem tais respostas (refere-se a falta de respostas da medicina tradicional a algumas doenças)?
O que posso dizer é que as doenças estão mudando. Males como a pneumonia têm causas simples – no caso, uma infecção. Mas, várias das doenças da modernidade, como obesidade ou diabetes, são crônicas e envolvem uma série de fatores de risco e mecanismos fisiopatológicos. O stress, por exemplo, é um grande problema nos dias que correm e está, na maioria das vezes, na raiz da depressão e dos distúrbios cardiovasculares. Ainda não se inventou uma pílula contra o stress, mas ferramentas como acupuntura, o reiki ou a meditação conseguem aliviar o sofrimento dos pacientes.

Tratamentos transcendentais, como cirurgias espirituais, têm alguma serventia?
Existem estudos comprovando que a fé tem efeitos positivos na saúde das pessoas. Esses pacientes se sentem mais otimistas em relação ao sucesso dos tratamentos convencionais e, assim, além de se cuidarem mais, eles colaboram mais com os médicos. Mas não existe a cura espiritual. Eu acredito em uma abordagem integrada. O objetivo é sempre usar o melhor da medicina convencional e o melhor da medicina complementar em defesa do doente. Se um paciente com câncer precisa de quimioterapia, é inevitável que se submeta ao bombardeio medicamentoso e enfrente seus terríveis efeitos colaterais. Não tem jeito. No entanto, se ele se sente bem rezando, meditando ou fazendo tai chi chuan, essas práticas devem ser incorporadas à terapia.

O que o senhor tem a dizer a quem reluta em reconhecer os efeitos positivos da associação entre a medicina tradicional e a complementar?
Que é um comportamento inútil. Se alguém tem a perder com isso, esse alguém é o paciente. É preciso por o doente, e não a doença, no centro da discussão e perguntar: qual é o melhor tratamento possível para essa pessoa? Frequentemente, a combinação entre a abordagem convencional e as terapias complementares é a melhor saída.

Olá, receba as boas vindas e um abraço.
Marcia

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