sexta-feira, 2 de abril de 2010

As pessoas mais sedutoras nos encontros românticos podem ser a pior escolha para parceiros definitivos, mostrou um novo estudo.

Pessoas populares que monitoram cuidadosamente a si mesmos em situações sociais e por isso aparentam ser mais adequadas socialmente são normalmente mais procuradas como companheiros - descobriu um novo estudo - mas estas pessoas mostram menor satisfação e compromisso nas relações do que as pessoas socialmente desajeitadas.

Ao monitorarem a si mesmos as pessoas avaliam como suas ações afetam os demais e se ajustam para se enquadrar apropriadamente na situação. Eles filtram suas palavras e comportamento para agradar as pessoas ao seu redor.

“Aqueles que se monitoram demais são camaleões sociais”, disse o professor de estudos comunicativos da Northwestern University (EUA), Michael E. Roloff. “E, como eles são rápidos em perceber os sinais sociais, são peritos sociais que dificilmente dizem coisas que aborreçam os demais, eles são geralmente mais queridos pelos outros e procurados para outros contatos.”

Auto-monitoramento é freqüentemente um atributo positivo.

“As pesquisas descobriram que [os auto-monitores] são excelentes negociadores e possuem maiores chances de serem promovidos no trabalho do que aqueles que se monitoram pouco”, disse Michael ao LiveScience.

Mas há a parte desagradável de ser um auto-monitor no que tange a relações românticas.

“Pessoas altamente auto-monitoras aparentam ser o tipo de gente com as quais queremos ter relações, mas eles costumam se esforçar menos e serem menos felizes nas relações do que pessoas pouco auto-monitoras”, disse Michael.

O problema parece residir no fato de que eles não conseguem desligar seu auto-monitoramento.

“O desejo de alterar a própria personalidade para se enquadrar em uma situação social específica evita que os auto-monitores apresentem seu verdadeiro “eu” durante interações íntimas com seus parceiros românticos. Pessoas com altos níveis de auto-monitoramento são muito queridas pelos demais e com muito sucesso. No entanto, parece que elas não contém profundidade.”  disse Michael.

Michael e co-autores conduziram um estudo com 97 pessoas jovens solteiras para investigar os efeitos de auto-monitoramento nos relacionamentos românticos. Os resultados estarão detalhados na revista científica Communication Reports.

Os cientistas perguntaram aos participantes estudados sobre os níveis de comprometimento emocional nas suas relações românticas e pesquisaram sobre seus graus de auto-monitoramento, comunicação íntima, níveis de comprometimento emocional, satisfação na relação e comprometimento na relação.

Eles não pesquisaram os parceiros dos participantes do estudo. “Isso pode ser algo em que certamente teremos que olhar”, disse Michael.

Pessoas muito auto-monitoras parecem evitar situações de confrontação e auto-revelações honestas. Os parceiros destas pessoas podem estar completamente “no escuro” sobre o grau de comprometimento e consideração deles na relação.

“Não significa que aqueles que são muito auto-monitores são enganadores intencionais ou maus”, disse Michael. “Eles parecem ter uma visão e maneira de conseguir seus objetivos que os torna mais atrativos para nós socialmente, mas isso evita que eles sejam especialmente felizes ou leais nas suas relações românticas.”

Inversamente os pesquisadores descobriram que pessoas pouco auto-monitoras — aqueles que se preocupam menos em serem socialmente adequados e possuem menor chance de mascararem seus sentimentos ou opiniões para evitar confrontações ou preservar a auto-imagem — são mais comprometidos e mais satisfeitos com suas relações.

Aquelas pessoas menos adequadas que sempre parecem cometer gafes podem ser, no final das contas, mais genuínas e aptas para relações íntimas. No entanto, sua honestidade e lealdade podem ter um preço, pois elas têm maiores chances de serem bruscas ou dizerem coisas ofensivas.

Felizmente, disse Michael, o nível de auto-monitoramento é normalmente equilibrado entre as pessoas, portanto a maioria de nós acaba com um parceiro que fica no meio destes extremos. Uma pessoa que é moderadamente auto-monitora pode possuir excelentes aptidões sociais e a habilidade de serem mais honestos com seus parceiros quando necessário.

 [LiveScience]

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Marcia

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