domingo, 5 de fevereiro de 2012

Terapias Complementares

Trechos extraídos de artigo da revista Veja Edição 2235 – Ano 44 – No. 38 de 21-09-2011
(sobre o uso de práticas energéticas e integrativas _ reiki, massagem, meditação - oficialmente utilizadas em alguns hospitais)

“Padres, rabinos, médiuns sempre entraram e saíram dos hospitais pela porta dos fundos”, diz o mestre de reiki Plínio Cutait, coordenador do departamento de Cuidados Integrativos do Hospital Sírio-Libanês. “Só recentemente a medicina passou a reconhecer a existência de tais práticas. “Há três anos, Cutait lidera uma equipe multidisciplinar que aplica técnicas até pouco tempo atrás nunca vistas no ambiente hospitalar: massagens, meditação e quiropraxia, entre outras. Trabalho semelhante é realizado há cinco anos pelo médico Paulo de Tarso Lima, no setor de oncologia do Hospital Albert Einstein, também em São Paulo.

Conhecida como medicina integrativa, essa filosofia ganhou corpo nos Estados Unidos há vinte anos. Em 1991, o médico Brian Berman inaugurou o primeiro centro de medicina integrativa dos Estados Unidos. Hoje, as 42 clínicas do tipo no país movimentam cerca de 30 bilhões de dólares anuais. Alguns desses centros estão ligados a instituições conceituadíssimas, como as universidades Harvard, Yale e da Califórnia, a Clínica Mayo e os hospitais John Hopkins e MD Anderson. “Para que uma terapia complementar possa ser indicada, além de se mostrar segura, ela não pode, de forma alguma, comprometer o tratamento formal”, disse a VEJA o clínico geral Amit Sood, do centro de Medicina Integrativa da Clínica Mayo.

Para sua dissertação de mestrado, o biólogo Ricardo Monezi, pesquisador de medicina comportamental na Universidade Federal de São Paulo, testou a influência da impostação de mãos (técnica usada tanto no reiki quanto em passes espíritas) em ratos com câncer. As sessenta cobaias foram separadas em três grupos. As do primeiro não receberam nenhum tratamento. As do segundo ficaram cobertas por um par de luvas com a temperatura semelhante à do corpo humano por quinze minutos. E as do terceiro foram submetidas à impostação de mãos. Monezi observou que as células de defesa dos animais do terceiro grupo eram ate 50% mais eficientes no combate às células tumorais do que as dos outros ratos.

O melhor para o paciente

O médico americano Brian Berman é o fundador do Centro de Medicina Integrativa da Universidade de Maryland, a primeira instituição de ensino dos Estados Unidos a abrir as portas às terapias complementares ou alternativas. Com doze professores e sessenta alunos, ela atende anualmente cerca de 10.000 pessoas. Ainda assim, a fila de espera é grande. A maioria dos pacientes é vítima de dores crônicas, e os tratamentos são baseados sobretudo em técnicas da medicina chinesa – acupuntura, massagens e aconselhamento nutricional. Os prestigiosos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) consideram o centro coordenado por Berman “uma instituição de pesquisa de excelência”. Aos 61 anos, o médico é praticante de meditação e tai chi chuan. De sua casa. Em Baltimore, ele falou ao repórter Alexandre Salvador:

Como boa parte dos médicos se rendeu aos tratamentos complementares?
Foi um longo processo. Lentamente, começamos a perceber que a maioria dos pacientes recorria a outros tipos de terapias, além das oferecidas pela medicina tradicional. Ou seja, os pacientes estavam em busca de algo para o qual a medicina tradicional não tinha resposta, especialmente para os casos de dores crônicas. Isso despertou a curiosidade de muitos de nós para outras abordagens terapêuticas. Hoje, boa parte da população dos Estados Unidos busca planos de saúde que ofereçam tratamentos complementares, como acupuntura e meditação. Estima-se que cerca de 70% dos americanos usem os tratamentos alternativos em complemento aos tradicionais.

Os tratamentos complementares oferecem tais respostas (refere-se a falta de respostas da medicina tradicional a algumas doenças)?
O que posso dizer é que as doenças estão mudando. Males como a pneumonia têm causas simples – no caso, uma infecção. Mas, várias das doenças da modernidade, como obesidade ou diabetes, são crônicas e envolvem uma série de fatores de risco e mecanismos fisiopatológicos. O stress, por exemplo, é um grande problema nos dias que correm e está, na maioria das vezes, na raiz da depressão e dos distúrbios cardiovasculares. Ainda não se inventou uma pílula contra o stress, mas ferramentas como acupuntura, o reiki ou a meditação conseguem aliviar o sofrimento dos pacientes.

Tratamentos transcendentais, como cirurgias espirituais, têm alguma serventia?
Existem estudos comprovando que a fé tem efeitos positivos na saúde das pessoas. Esses pacientes se sentem mais otimistas em relação ao sucesso dos tratamentos convencionais e, assim, além de se cuidarem mais, eles colaboram mais com os médicos. Mas não existe a cura espiritual. Eu acredito em uma abordagem integrada. O objetivo é sempre usar o melhor da medicina convencional e o melhor da medicina complementar em defesa do doente. Se um paciente com câncer precisa de quimioterapia, é inevitável que se submeta ao bombardeio medicamentoso e enfrente seus terríveis efeitos colaterais. Não tem jeito. No entanto, se ele se sente bem rezando, meditando ou fazendo tai chi chuan, essas práticas devem ser incorporadas à terapia.

O que o senhor tem a dizer a quem reluta em reconhecer os efeitos positivos da associação entre a medicina tradicional e a complementar?
Que é um comportamento inútil. Se alguém tem a perder com isso, esse alguém é o paciente. É preciso por o doente, e não a doença, no centro da discussão e perguntar: qual é o melhor tratamento possível para essa pessoa? Frequentemente, a combinação entre a abordagem convencional e as terapias complementares é a melhor saída.

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Marcia

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