sábado, 9 de maio de 2009

Economia Solidária e o Despertar de Consciências

Economia solidária é uma forma de produzir, consumir e distribuir riquezas baseada na cooperação entre pessoas. É planejada para que todos cresçam juntos, e não para que um pequeno grupo de pessoas fique com o lucro do trabalho de um grande grupo. É uma idéia que vem do século XVIII, entre artesãos que ficaram sem trabalho quando a máquina a vapor tomou seus empregos.
Na prática , essa economia existe quando um agricultor põe comida na mesa trocando a batata que produz pela cenoura que o vizinho colhe, ou quando um grupo de marceneiros se une para trabalhar em cooperativa, aumentando a capacidade de produção e distribuindo igualmente os lucros, ou quando se troca uma aula de inglês por outro serviço com o vizinho.
Mas, como uma comunidade pode crescer somente à base de troca? Usa-se, então, a moeda social. É uma moeda mesmo, feita de papel para circular paralelamente à moeda corrente, dentro de um grupo. Tem um nome inventado, e uma unidade inventada, por exemplo, vale por um real. Tudo começa numa feira de trocas. Pessoas que têm algo a oferecer, sejam as frutas que colheram em seus quintais ou a habilidade de consertar coisas, reúnem-se num espaço comunitário para vender e para comprar.
Você só poderá comprar produtos dentro da feira, porque recebeu somente moedas sociais em suas vendas, o que faz com que cada produtor/expositor ganhe um grupo de clientes cativos: o bairro inteiro, a escola, a igreja. Quando a riqueza produzida pela comunidade circula mais tempo dentro dela, fortalece a todos.
Segundo Heloisa Primavera, fundadora da Rede Latinoamericana de Socioeconomia Solidária, o grande mérito das moedas sociais é mostrar que as coisas para as pessoas podem melhorar, e que a solidariedade não é uma escolha, é a única solução.
Incentivar pequenos e grandes empreendedores é também realizar mudanças simbólicas de auto-estima, de motivação, de consciência de grupo. Descobrir que seu talento de costurar, de consertar, de pintar, ou de plantar pode gerar renda no seu bairro, e reverter em melhorias para a sua vida, é um grande passo em direção à reintegração social e à autovalorização como ser humano.
Para Thomas Greco, autor de The End of Money and the Future of Civilization (O Fim do Dinheiro e o Futuro da Civilização), essas iniciativas são respostas inteligentes aos problemas diários. "A monopolização de crédito por uns poucos bancos tem tirado o poder e a autonomia de comunidades, enquanto causam bolhas financeiras que explodem em ciclos de depressão e inflação.", afirma. O movimento da moeda social é uma reação a isso.
(extraído da revista Sorria para Ser Feliz Agora - Editora Mol - edição de aniversário de um ano)

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Marcia

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